Ônibus espacial traz experiência brasileira
Proteína espacial vai inaugurar equipamento de um dos maiores laboratórios nacionais, em Campinas (SP);
Ônibus espacial traz experiência brasileira
RICARDO BONALUME NETO
enviado especial a Belo Horizonte
Uma pista-chave para um futuro tratamento contra a doença de Chagas pousou ontem a bordo do ônibus espacial americano Columbia: um experimento brasileiro de crescimento de cristais, obtidos de uma proteína do parasita que causa a doença.
Os cristais dessa ''proteína espacial'' (que cresceram no espaço); deverão ser estudados em setembro no mais importante equipamento da ciência do país, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS);, que iniciou seus serviços aos cientistas no último dia 1º, em Campinas (99 km de SP);.
''Estamos guardando os melhores cristais para setembro, quando o síncrotron vai inaugurar sua linha de cristalografia'', disse o principal autor do experimento, Glaucius Oliva, da USP em São Carlos (244 km de SP);.
O síncrotron, nas palavras do seu diretor, Cylon Gonçalves da Silva, ''é uma máquina que converte energia elétrica em informação''. Isto é, ele acelera elétrons a altas velocidades, que emitem luz de diferentes cores no processo.
Essa luz é jogada em diferentes materiais, e o estudo da reflexão permite saber detalhes da estrutura desse material. A função do laboratório é de ''entregar luz'' para usuários de universidades e institutos de pesquisa. Hoje já funcionam 7 das 24 ''linhas de luz'' (pontos de coleta da luz para aplicação); que o síncrotron pode ter.
Uma das luzes é o raio X, que permite descobrir detalhes da estrutura das proteínas por meio do estudo de seus cristais. ''Para interferir com a proteína de um parasita, é preciso ter a informação estrutural dessa proteína'', afirma Oliva.
A ''proteína espacial'' é vital para a vida do parasita, o tripanossoma (um animal unicelular);, pois participa da reação química de quebra do açúcar, que produz energia para ele viver.
Ao descobrir sua forma, os cientistas podem projetar uma droga para agir especificamente contra ela.
A linha de luz de cristalografia deverá ser inaugurada em setembro com o estudo da proteína do tripanossoma. Ela foi financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo);.
Projeto
A construção do síncrotron começou em 1987. Custou R$ 70 milhões, mas levou todo esse tempo para entrar em operação devido a um financiamento irregular, apesar de ser considerado um projeto vital pela comunidade científica.
Hoje ele já tem 76 projetos de usuários aprovados _dos quais 39 são de equipes de São Paulo e 11 do próprio LNLS, mas incluindo seis de pesquisadores argentinos, dois do Canadá e um da Rússia.
Ônibus espacial traz experiência brasileira
RICARDO BONALUME NETO
enviado especial a Belo Horizonte
Uma pista-chave para um futuro tratamento contra a doença de Chagas pousou ontem a bordo do ônibus espacial americano Columbia: um experimento brasileiro de crescimento de cristais, obtidos de uma proteína do parasita que causa a doença.
Os cristais dessa ''proteína espacial'' (que cresceram no espaço); deverão ser estudados em setembro no mais importante equipamento da ciência do país, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS);, que iniciou seus serviços aos cientistas no último dia 1º, em Campinas (99 km de SP);.
''Estamos guardando os melhores cristais para setembro, quando o síncrotron vai inaugurar sua linha de cristalografia'', disse o principal autor do experimento, Glaucius Oliva, da USP em São Carlos (244 km de SP);.
O síncrotron, nas palavras do seu diretor, Cylon Gonçalves da Silva, ''é uma máquina que converte energia elétrica em informação''. Isto é, ele acelera elétrons a altas velocidades, que emitem luz de diferentes cores no processo.
Essa luz é jogada em diferentes materiais, e o estudo da reflexão permite saber detalhes da estrutura desse material. A função do laboratório é de ''entregar luz'' para usuários de universidades e institutos de pesquisa. Hoje já funcionam 7 das 24 ''linhas de luz'' (pontos de coleta da luz para aplicação); que o síncrotron pode ter.
Uma das luzes é o raio X, que permite descobrir detalhes da estrutura das proteínas por meio do estudo de seus cristais. ''Para interferir com a proteína de um parasita, é preciso ter a informação estrutural dessa proteína'', afirma Oliva.
A ''proteína espacial'' é vital para a vida do parasita, o tripanossoma (um animal unicelular);, pois participa da reação química de quebra do açúcar, que produz energia para ele viver.
Ao descobrir sua forma, os cientistas podem projetar uma droga para agir especificamente contra ela.
A linha de luz de cristalografia deverá ser inaugurada em setembro com o estudo da proteína do tripanossoma. Ela foi financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo);.
Projeto
A construção do síncrotron começou em 1987. Custou R$ 70 milhões, mas levou todo esse tempo para entrar em operação devido a um financiamento irregular, apesar de ser considerado um projeto vital pela comunidade científica.
Hoje ele já tem 76 projetos de usuários aprovados _dos quais 39 são de equipes de São Paulo e 11 do próprio LNLS, mas incluindo seis de pesquisadores argentinos, dois do Canadá e um da Rússia.

