Brasil entra em projeto internacional

Brasil entra em projeto internacional
MARIA REGINA ALMEIDA
da Folha Vale

A participação do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais);, em São José dos Campos (SP);, na construção da estação espacial Internacional Alpha vai representar menos de 1% do total do programa. O projeto para a construção da estação está sendo coordenado pela Nasa (agência espacial dos EUA); e inclui até agora outros 15 países.
A confirmação do Brasil no programa foi anunciada ontem pelo gerente da estação, Randy Brinkley, depois de uma conferência com pesquisadores do Inpe.
Ele afirmou que a importância do Brasil no programa não está sendo medida pelo índice de participação. ''A qualidade e a especificidade dos itens fornecidos pelo Inpe é que são importantes. O programa espacial brasileiro é bem reconhecido por nós'', disse.
O Inpe vai fornecer equipamentos de computação para a infra-estrutura logística da plataforma e uma ''janela'' de observação da Terra. O instituto também realizará pesquisas nas áreas de medicina, física e biologia.
O governo brasileiro vai investir US$ 120 milhões no programa.
Os EUA vão responder por 50% da produção da estação. Todo o projeto está orçado em US$ 60 bilhões, segundo Brinkley.
O custo anual previsto para a manutenção da estação espacial é de US$ 1,3 bilhão. O valor vai ser dividido entre os países que integram a missão.
A estação espacial Internacional Alpha deverá ficar pronta em junho de 2002, ter uma tripulação de seis pessoas e permanecer operacional por pelo menos dez anos.
Até essa data, deverão ser feitos 32 lançamentos de foguetes e naves russas e americanas para construir a estação, juntando mais e mais módulos como em um grande quebra-cabeças tridimensional.
O agora chamado Programa da estação espacial Internacional está hoje na sua primeira fase, utilizando a Mir e os ônibus espaciais americanos com o objetivo de obtenção de experiência na cooperação em órbita.
A montagem da nova estação, a segunda fase do programa, começará em junho de 98, com a colocação em órbita do primeiro módulo, o russo FGB (sigla para ''Bloco de Carga Funcional'');, por um foguete Próton. A terceira fase do programa começará em 1999, quando a estação já tiver condições de abrigar seis astronautas, graças ao maior dos segmentos, o módulo americano de habitação.
Os quinze países envolvidos são os EUA, a Rússia, Canadá, o Japão, e os 11 da Agência espacial Européia (Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido);. O Brasil passa a ser o 16º.

Colaborou Ricardo Bonalume Neto