Energia-Buran
Dois anos após o cancelamento do foguete lunar N1, ou seja, em 1976, os soviéticos iniciaram o desenvolvimento de um foguete de grande capacidade de carga. Seus testes começaram no início década de 80. Seu nome seria Grom, que significa trovão, em russo, mas o nome do foguete acabou sendo Energia, que era o nome do bureau responsável por sua construção.
O Energia possuia um corpo central grande e longo, com 61,3 metros de comprimento, parecido com o tanque de combustível de um ônibus espacial americano, só que maior, dotado de 4 motores RD-0120 de grande potência, e 4 foguetes laterais do tipo Zenith, modificados, com 41,6 metros de comprimento. Cada um dos boosters laterais utilizava um motor RD-170.
Desta maneira, o Energia possuia 20 motores, todos propulsionados por combustível líquido (hidrogênio e oxigênio líquido), que geravam um empuxo de 3600 toneladas e permitiam ao Energia colocar em órbita cargas com mais de 100 toneladas.
Sua utilização seria para colocar ao espaço o ônibus espacial Buran e satélites pesados em órbita geoestacionária, bem como peças para estações espaciais ou naves interplanetárias.
Para acomodar o imenso foguete, bem como o ônibus espacial, além de serem construídas plataformas e oficinas para eles, foram reaproveitadas as plataformas de lançamento dos foguetes lunares N1.
BURAN
O Buran, da mesma forma que o foguete Energia, surgiu também no final da década de 70. Seus primeiros testes foram feitos na década de 80. Foram testados protótipos que eram lançados ao espaço e recuperados por telecomando. O design do ônibus espacial soviético era muito parecido com o dos ônibus espaciais americanos. Ele possui um compartimento de carga também do mesmo tamanho. O Buran também utiliza revestimento de cerâmica nas partes que seriam afetadas pelo calor da reentrada, ao todo sua superfície era revestida com 38600 placas de revestimento térmico.
O Buran possuía aproximadamente 40 metros de comprimento por 24 metros de envergadura e peso de 70 toneladas. A grande diferença em relação ao ônibus espacial norte americano é que o Buran não utilizava seus motores para decolar. O Energia colocava o Buran no espaço sem ele fazer força alguma. Os motores do Buran eram utilizados apenas para manobras no espaço. O Buran foi lançado ao espaço apenas uma vez, em 15 de novembro de 1988, e fez 3 órbitas ao redor da Terra, antes de pousar em segurança, sem tripulação. Porém, o Buran foi lançado sem suporte a vida, ou seja, não poderia lançar cosmonautas. Seu computador de bordo limitado, limitou a duração do vôo em apenas 3 órbitas, e apenas 1 local de pouso. Foi a primeira aeronave espacial a pousar de forma automática.
Os planos soviéticos eram utilizar o Buran para substituir as naves Soyuz para levar cosmonautas para a estação espacial Mir. Além disso, seriam construídos outros 2 ônibus espaciais, para que a frota fosse de 3 naves. Dificuldades financeiras oriundas da queda da União Soviética acabaram descontinuando o projeto.
A construção dos ônibus espaciais, bem como o treinamento dos cosmonautas, foi cancelada em 1995. Apesar do cancelamento do programa dos ônibus espaciais, os foguetes Energia continuam sendo fabricados e testados. Os foguetes Energia foram utilizados apenas para 2 lançamento significativos: o satélite militar Polyus, em 15 de maio de 1987, com mais de 80 toneladas, que acabou falhando, e o ônibus espacial Buran, em 15 de novembro de 1988, sem tripulação.
O Energia foi o mais poderoso foguete russo já construído, e que lançou a carga mais pesada até hoje, o Polyus, lançado em abril de 1987. Porém, cada lançamento trazia também problemas igualmente grandes. Para cada lançamento do foguete Energia era necessário cortar a água da cidade de Leninsk, próxima ao cosmódromo de Baikonur, com mais de 50 mil habitantes, durante 10 dias, para poder esfriar a plataforma depois de cada lançamento.
EPILOGO
O Buran foi o projeto mais demorado e caro da cosmonáutica soviética. Seu custo total até o cancelamento em 1993 foi de 20 bilhões de dólares. Foram gastos mais de 14 anos de desenvolvimento. Da equipe treinada para pilotar o Buran, apenas 2, Igor Volk e Anatoly Levchenko foram lançados no espaço, para ganhar experiência. Foram feitos mais de 10 vôos de teste e vários vôos espaciais com modelos, a partir do início da década de 80.
O programa do ônibus espacial Buran foi cancelado em 1993 pelo presidente russo Boris Yeltsin. Dois veículos foram construído, outros 3 foram abandonados em diferentes estágios de desenvolvimento. O Buran foi destruído num acidente ocorrido em 12 de maio de 2002, quando o teto do hangar onde está armazenado desabou, destruindo a nave e matando algumas pessoas.
Do foguete Energia, o motor RD-180, um derivado do motor RD-170 utilizado neste foguete foi utilizado a partir do ano 2000 em foguetes norte americanos, primeiro no foguete Atlas III e posteriormente no foguete Atlas V. Depois da intervenção russa na Ucrânia em 2014 começou um movimento para a substituição deste motor nos foguetes americanos. O foguete Zenith continuou em uso até a segunda década do século 21.
Foguetes derivados do Energia foram propostos, mas nenhum foi adiante devido a limitações financeiras. O Energia-M seria uma versão menor com apenas 2 boosters laterais e 1 motor no foguete central. Um mockup deste foguete seria construído. O Energia-2, também chamado de Uragan, era uma proposta de um foguete 100% reutilizável que nunca saiu das mesas de desenho. Já o Vulkan seria uma versão mais ambiciosa, com 8 boosters laterais e capacidade de carga em órbita baixa de 200 toneladas. O projeto e o ajuste na plataforma de lançamento foram feitos entre 1990 e 1993 até o projeto ser cancelado.
O Energia possuia um corpo central grande e longo, com 61,3 metros de comprimento, parecido com o tanque de combustível de um ônibus espacial americano, só que maior, dotado de 4 motores RD-0120 de grande potência, e 4 foguetes laterais do tipo Zenith, modificados, com 41,6 metros de comprimento. Cada um dos boosters laterais utilizava um motor RD-170.
Desta maneira, o Energia possuia 20 motores, todos propulsionados por combustível líquido (hidrogênio e oxigênio líquido), que geravam um empuxo de 3600 toneladas e permitiam ao Energia colocar em órbita cargas com mais de 100 toneladas.
Sua utilização seria para colocar ao espaço o ônibus espacial Buran e satélites pesados em órbita geoestacionária, bem como peças para estações espaciais ou naves interplanetárias.
Para acomodar o imenso foguete, bem como o ônibus espacial, além de serem construídas plataformas e oficinas para eles, foram reaproveitadas as plataformas de lançamento dos foguetes lunares N1.
BURAN
O Buran, da mesma forma que o foguete Energia, surgiu também no final da década de 70. Seus primeiros testes foram feitos na década de 80. Foram testados protótipos que eram lançados ao espaço e recuperados por telecomando. O design do ônibus espacial soviético era muito parecido com o dos ônibus espaciais americanos. Ele possui um compartimento de carga também do mesmo tamanho. O Buran também utiliza revestimento de cerâmica nas partes que seriam afetadas pelo calor da reentrada, ao todo sua superfície era revestida com 38600 placas de revestimento térmico.
O Buran possuía aproximadamente 40 metros de comprimento por 24 metros de envergadura e peso de 70 toneladas. A grande diferença em relação ao ônibus espacial norte americano é que o Buran não utilizava seus motores para decolar. O Energia colocava o Buran no espaço sem ele fazer força alguma. Os motores do Buran eram utilizados apenas para manobras no espaço. O Buran foi lançado ao espaço apenas uma vez, em 15 de novembro de 1988, e fez 3 órbitas ao redor da Terra, antes de pousar em segurança, sem tripulação. Porém, o Buran foi lançado sem suporte a vida, ou seja, não poderia lançar cosmonautas. Seu computador de bordo limitado, limitou a duração do vôo em apenas 3 órbitas, e apenas 1 local de pouso. Foi a primeira aeronave espacial a pousar de forma automática.
Os planos soviéticos eram utilizar o Buran para substituir as naves Soyuz para levar cosmonautas para a estação espacial Mir. Além disso, seriam construídos outros 2 ônibus espaciais, para que a frota fosse de 3 naves. Dificuldades financeiras oriundas da queda da União Soviética acabaram descontinuando o projeto.
A construção dos ônibus espaciais, bem como o treinamento dos cosmonautas, foi cancelada em 1995. Apesar do cancelamento do programa dos ônibus espaciais, os foguetes Energia continuam sendo fabricados e testados. Os foguetes Energia foram utilizados apenas para 2 lançamento significativos: o satélite militar Polyus, em 15 de maio de 1987, com mais de 80 toneladas, que acabou falhando, e o ônibus espacial Buran, em 15 de novembro de 1988, sem tripulação.
O Energia foi o mais poderoso foguete russo já construído, e que lançou a carga mais pesada até hoje, o Polyus, lançado em abril de 1987. Porém, cada lançamento trazia também problemas igualmente grandes. Para cada lançamento do foguete Energia era necessário cortar a água da cidade de Leninsk, próxima ao cosmódromo de Baikonur, com mais de 50 mil habitantes, durante 10 dias, para poder esfriar a plataforma depois de cada lançamento.

EPILOGO
O Buran foi o projeto mais demorado e caro da cosmonáutica soviética. Seu custo total até o cancelamento em 1993 foi de 20 bilhões de dólares. Foram gastos mais de 14 anos de desenvolvimento. Da equipe treinada para pilotar o Buran, apenas 2, Igor Volk e Anatoly Levchenko foram lançados no espaço, para ganhar experiência. Foram feitos mais de 10 vôos de teste e vários vôos espaciais com modelos, a partir do início da década de 80.
O programa do ônibus espacial Buran foi cancelado em 1993 pelo presidente russo Boris Yeltsin. Dois veículos foram construído, outros 3 foram abandonados em diferentes estágios de desenvolvimento. O Buran foi destruído num acidente ocorrido em 12 de maio de 2002, quando o teto do hangar onde está armazenado desabou, destruindo a nave e matando algumas pessoas.
Do foguete Energia, o motor RD-180, um derivado do motor RD-170 utilizado neste foguete foi utilizado a partir do ano 2000 em foguetes norte americanos, primeiro no foguete Atlas III e posteriormente no foguete Atlas V. Depois da intervenção russa na Ucrânia em 2014 começou um movimento para a substituição deste motor nos foguetes americanos. O foguete Zenith continuou em uso até a segunda década do século 21.
Foguetes derivados do Energia foram propostos, mas nenhum foi adiante devido a limitações financeiras. O Energia-M seria uma versão menor com apenas 2 boosters laterais e 1 motor no foguete central. Um mockup deste foguete seria construído. O Energia-2, também chamado de Uragan, era uma proposta de um foguete 100% reutilizável que nunca saiu das mesas de desenho. Já o Vulkan seria uma versão mais ambiciosa, com 8 boosters laterais e capacidade de carga em órbita baixa de 200 toneladas. O projeto e o ajuste na plataforma de lançamento foram feitos entre 1990 e 1993 até o projeto ser cancelado.
















