EUA cobram investimento russo
EUA cobram investimento russo
do enviado especial a Washington
No projeto ISS, a principal preocupação dos EUA não é o Brasil, mas sim aquele que deveria ser seu principal parceiro, a Rússia.Inimigos mortais durante a Guerra Fria e a corrida espacial, norte-americanos e russos vislumbraram, com a perestroika, a possibilidade de ampla cooperação científica, com vantagens recíprocas, que teria seu auge na ISS.Mas a realidade da inserção russa na lógica do capitalismo se mostrou muito mais complicada do que se antecipara. Entre as várias consequências, está a desconcertante incapacidade russa de cumprir seus compromissos na ISS.Segundo Daniel Hedin, chefe do escritório de desenvolvimento espacial da Nasa, os EUA já tiveram de alocar, neste ano, US$ 100 milhões para preencher os buracos orçamentários da Rússia na ISS.A principal estação espacial anterior à ISS foi a Mir, da então União Soviética. O sucesso da ISS depende, em grande parte, do que os russos forem capazes de entregar, em especial os módulos de serviço, de sustentação da vida, de pesquisa e o Soiuz, de entrada.Hedin diz haver grande pressão política, nos EUA, para que a Nasa simplesmente "chute a Rússia para fora da ISS", já que ela não tem sido capaz de cumprir sua parte."Não podemos fazer isso", diz ele. "Dependemos muito dos russos". Se as condições do Brasil fossem melhores, o país poderia tentar ocupar o vazio que a Rússia está deixando no projeto da ISS.Como o Brasil se vê em dificuldades para honrar até mesmo seus modestos compromissos, Hedin diz que os EUA vão apelar aos japoneses, canadenses e europeus.Mesmo assim, ele acha que até 2004 a ISS estará operando. No próximo dia 20, será lançada a primeira missão tripulada de visita à ISS. Depois, 38 vôos serão realizados até a montagem da estação se completar, 26 deles dos EUA.O custo total da ISS está orçado em US$ 60 bilhões. A Rússia, que deveria ser o segundo maior investidor no projeto, destinou a ele, em seu Orçamento de 1999, apenas US$ 50 milhões, pouco mais do que o Brasil terá de gastar este ano.Apesar de todas as dificuldades, o entusiasmo na Nasa pelo programa da ISS continua muito grande.Pesquisas de opinião pública no país mostram que há grande apoio da população à sua realização.A Nasa vem se esforçando em mostrar ao público os muitos benefícios para o cidadão comum que poderão advir da ISS.(CELS);
do enviado especial a Washington
No projeto ISS, a principal preocupação dos EUA não é o Brasil, mas sim aquele que deveria ser seu principal parceiro, a Rússia.Inimigos mortais durante a Guerra Fria e a corrida espacial, norte-americanos e russos vislumbraram, com a perestroika, a possibilidade de ampla cooperação científica, com vantagens recíprocas, que teria seu auge na ISS.Mas a realidade da inserção russa na lógica do capitalismo se mostrou muito mais complicada do que se antecipara. Entre as várias consequências, está a desconcertante incapacidade russa de cumprir seus compromissos na ISS.Segundo Daniel Hedin, chefe do escritório de desenvolvimento espacial da Nasa, os EUA já tiveram de alocar, neste ano, US$ 100 milhões para preencher os buracos orçamentários da Rússia na ISS.A principal estação espacial anterior à ISS foi a Mir, da então União Soviética. O sucesso da ISS depende, em grande parte, do que os russos forem capazes de entregar, em especial os módulos de serviço, de sustentação da vida, de pesquisa e o Soiuz, de entrada.Hedin diz haver grande pressão política, nos EUA, para que a Nasa simplesmente "chute a Rússia para fora da ISS", já que ela não tem sido capaz de cumprir sua parte."Não podemos fazer isso", diz ele. "Dependemos muito dos russos". Se as condições do Brasil fossem melhores, o país poderia tentar ocupar o vazio que a Rússia está deixando no projeto da ISS.Como o Brasil se vê em dificuldades para honrar até mesmo seus modestos compromissos, Hedin diz que os EUA vão apelar aos japoneses, canadenses e europeus.Mesmo assim, ele acha que até 2004 a ISS estará operando. No próximo dia 20, será lançada a primeira missão tripulada de visita à ISS. Depois, 38 vôos serão realizados até a montagem da estação se completar, 26 deles dos EUA.O custo total da ISS está orçado em US$ 60 bilhões. A Rússia, que deveria ser o segundo maior investidor no projeto, destinou a ele, em seu Orçamento de 1999, apenas US$ 50 milhões, pouco mais do que o Brasil terá de gastar este ano.Apesar de todas as dificuldades, o entusiasmo na Nasa pelo programa da ISS continua muito grande.Pesquisas de opinião pública no país mostram que há grande apoio da população à sua realização.A Nasa vem se esforçando em mostrar ao público os muitos benefícios para o cidadão comum que poderão advir da ISS.(CELS);

