Pontes já é tripulante da estação espacial

Astronauta, com colega russo e americano, entrou na ISS às 2h40 de ontem; experimentos com germinação devem ser iniciados

Pontes já é tripulante da estação espacial
DA REDAÇÃO
Tudo correu sem sobressaltos, e o primeiro astronauta brasileiro já está com seus colegas na ISS (Estação Espacial Internacional); desde a madrugada de ontem. Sorridente com a viagem bem-sucedida, Marcos Cesar Pontes não perdeu tempo e logo desenrolou a bandeira do Brasil para as câmeras internas da estação, enquanto cumprimentava a atual tripulação do complexo, formada pelo russo Valery Tokarev e pelo americano William MacArthur.
Após uma viagem apertada de dois dias a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, Pontes e seus companheiros Pavel Vinogradov e Jeffrey Williams chegaram à ISS à 1h19 de ontem (horário de Brasília);. Depois, tiveram de esperar para verificar se a atração tinha sido bem-sucedida e para igualar a pressão entre a Soyuz e o complexo. Às 2h40, as escotilhas se abriram e os três viajantes foram recebidos por uma piadinha do controle da missão na Rússia. "O trem não vai adiante, por favor deixem os vagões", disse o controlador, imitando uma frase usada no metrô de Moscou.
"Acho que já podemos chamá-lo de cosmonauta", disse Nikolai Sevastyanov, chefe da empresa russa que fabrica as espaçonaves Soyuz. O termo é o preferido dos russos, que o usam no lugar de "astronauta".
Em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, concedida pouco depois de chegar à ISS, Pontes descreveu sua experiência com a ausência de gravidade. "É algo a que o corpo tem de se adaptar. Nesses primeiros dias, o corpo passa por muitas adaptações. Mas, com o tempo, a sensação é bastante confortável", afirmou.
Segundo ele, "é difícil descrever com palavras a primeira visão do planeta Terra. Talvez maravilhoso seja a mais aplicável".
A alegria da chegada logo deve dar lugar a uma agenda apertada. A primeira tarefa de Pontes é ajudar a descarregar a "bagagem" da Soyuz, entre ela os 15 kg do material que ele próprio trouxe. A maior parte desse peso se refere aos oito experimentos bolados por cientistas brasileiros que estão sob sua responsabilidade.
Pontes, inclusive, já sabe com quais deve começar: serão as duas experiências que envolvem germinação (uma com propósitos educacionais, envolvendo feijões, e outra criada pela Embrapa com gonçalo-alves, uma árvore do cerrado);. Tais experimentos têm prioridade porque exigem o máximo de tempo nas condições de microgravidade do complexo.

Com agências internacionais