Bush planeja voltar à Lua a partir de 2015

Presidente anuncia plano para programa tripulado com aumento de US$ 1 bilhão no orçamento da Nasa em 5 anos Bush planeja voltar à Lua a partir de 2015
DA REDAÇÃO

Depois de quase uma semana de especulação, George W. Bush apresentou seu plano para o futuro do programa espacial tripulado da Nasa. Ele quer o desenvolvimento de um novo veículo, que seja capaz de levar a humanidade à Lua em 2015. O projeto seria sucedido por uma base lunar permanente em 2020, e a experiência obtida serviria para planejar os futuros vôos tripulado a Marte. Contrariando a expectativa de que o presidente propusesse aumentos anuais de 5% no orçamento da agência espacial, começando com cerca de US$ 800 milhões em 2005, Bush anunciou que os novos planos seriam conduzidos com aumento de apenas US$ 1 bilhão, diluído em cinco anos. Hoje a Nasa recebe verbas de US$ 15 bilhões anualmente. "A Lua é um passo lógico para nosso progresso e realização futuros", disse o presidente. Quanto a possíveis visitas ao solo marciano, Bush foi vago, sem oferecer datas ou marcos no programa. O anúncio ocorreu por volta das 18h20 de ontem, na sede da Nasa em Washington.
Além da apresentação de Bush, o evento contou com uma introdução de Sean O'Keefe, administrador da Nasa, e a participação do astronauta Michael Foale, via telão, direto da ISS (Estação Espacial Internacional);. A maior parte do dinheiro para as novas missões sairá dos atuais programas de vôo tripulado da Nasa, que consomem cerca de US$ 11 bilhões anualmente. O objetivo de Bush é concluir a construção da ISS e aposentar os ônibus espaciais até 2010, vertendo esses recursos para o novo plano de exploração. Para o presidente, os novos projetos não desequilibrariam as finanças americanas e dariam novo alento a uma combalida Nasa, criticada por sua suposta falta de objetivos de longo prazo na exploração espacial e pela morte dos sete astronautas do ônibus espacial Columbia, em fevereiro de 2003.
Com um déficit fiscal estimado em cerca de US$ 500 bilhões só para este ano, analistas avaliam que o governo não teria de onde tirar dinheiro extra para dar tal salto no programa espacial. Bush também ressaltou que os EUA não pretendem reiniciar uma corrida espacial, afirmando que o país cumprirá todas as suas obrigações nos acordos estipulados para a construção da estação internacional. "É uma jornada, não uma corrida", ele disse. "Convocamos todas as outras nações a se juntarem a nós." Longo caminho O anúncio de Bush é um passo significativo na reestruturação dos planos da Nasa, mas há um longo caminho a ser percorrido antes que eles se tornem realidade.
O plano ainda precisa do crucial apoio do Congresso, que não está garantido. Até mesmo entre seus aliados já surgem críticas. "Acho que isso o anúncio é simplesmente um absurdo fiscal completo. Bush está gastando como se tivéssemos dinheiro para queimar, e não temos", disse Stephen Moore, presidente do Clube para o Crescimento, grupo conservador politicamente poderoso que apóia o presidente. Pré-candidatos democratas à Presidência também já declararam que o país deveria investir mais em educação e saúde, e não em desenvolvimento espacial. Ao mesmo tempo, o anúncio pode ajudar a galvanizar a campanha de reeleição do presidente. Para o analista Stephen Hess, da Instituição Brookings (organização independente americana que pesquisa tendências em políticas públicas);, esse seria o principal motivo para a defesa da exploração do espaço feita por Bush.
Segunda chance
George Bush, pai do atual presidente americano, já havia anunciado em 1989 planos de retorno à Lua e uma missão tripulada a Marte, mas o entusiasmo arrefeceu quando a Nasa estimou o custo do projeto em US$ 500 bilhões. Agora, a idéia é usar a Lua como uma plataforma de lançamento para os recantos mais distantes do Sistema Solar, aproveitando-se da menor gravidade do satélite _estima-se que seja 22 vezes mais barato lançar ao espaço um quilo de material a partir da Lua do que a partir da Terra. Com agências internacionais