Russo sai de nave dos EUA e repara a Mir

Russo sai de nave dos EUA e repara a Mir
das agências internacionais

O veterano cosmonauta Vladimir Titov se tornou ontem o primeiro russo a fazer um "passeio espacial" saindo de uma nave dos Estados Unidos. Ele e o norte-americano Scott Parazynski saíram do ônibus espacial Atlantis, que está acoplado à estação orbital russa Mir desde o último sábado.
Titov e Parazynski iniciaram às 14h43 (horário de Brasília); a caminhada espacial que durou cinco horas. O objetivo da missão era o de acondicionar na parte externa da Mir peças para futuros reparos na estrutura da estação.
Os dois tripulantes recolheram experimentos científicos que haviam sido colocados na parte externa da Mir em 1995 para serem testados no ambiente espacial.
A saída ao espaço ocorreu sem problemas, exceto por uma falha no carretel do traje espacial de Parazynski, de fabricação norte-americana. O dispositivo de segurança mantém os astronautas ligados ao ônibus espacial, fazendo com que o cabo fique esticado com o comprimento necessário.
A falha fez o astronauta norte-americano ficar limitado a um raio de seis metros em torno da escotilha do Atlantis de onde havia saído. O controle da missão, no Centro Espacial Johnson, em Houston, no Texas, informou ao astronauta que isso não o impediria de realizar as tarefas previstas.
Os dois tripulantes do Atlantis testaram um novo modelo de traje espacial, cujo custo é de aproximadamente US$ 10 milhões, segundo a Nasa (agência espacial dos EUA);.
Eles deixaram na parte externa da Mir uma peça metálica, que devido às suas dimensões _cerca de 80 centímetros de comprimento_, não pôde ser transportada para o interior da estação.
A peça deverá, em um futuro passeio espacial, ser utilizada para vedar uma perfuração que teria sido provocada durante uma colisão com uma nave de carga não tripulada, ocorrida em 25 de junho.
O acidente foi considerado o pior ocorrido com a Mir em seus 11 anos de operação. Além dos danos causados à estrutura do módulo Spektr _um dos seis integrados à estação_, houve perda de cerca de 40% das reservas de energia e imediata despressurização do ar.
No passeio espacial realizado em 6 de setembro pelo russo Anatoli Soloviov e pelo norte-americano de origem britânica Michael Foale, não foi localizada a perfuração que teria sido provocada pela colisão de junho no Spektr.
Outro reparo importante a ser realizado ontem era a substituição do computador central da Mir, que desde o acidente de junho vem apresentando diversas falhas, obrigando os tripulantes da estação a desativar temporariamente vários sistemas, como os de oxigênio, controle de temperatura, comunicações e navegação. Dos instrumentos a bordo da Mir, um certamente está funcionando sem falhas: um órgão eletrônico deixado a bordo pelo astronauta francês Jean-Loup Chrétien há nove anos.