Operários em órbita
Operários em órbita
A construção da estação internacional faz dos astronautas peões de obra
O mundo começou a se habituar na semana passada com uma imagem diferente de certa categoria de profissionais que, nas últimas quatro décadas, foram tratados como heróis míticos dos novos tempos. Pela televisão, foi possível acompanhar o trabalho dos astronautas americanos Jerry Ross, 50 anos, e Jim Newman, 42, encarregados de fazer os primeiros ajustes manuais da futura Estação Espacial Internacional, destinada a servir de trampolim para futuras viagens ao espaço e laboratório de pesquisas científicas. Parecia mais o expediente de uma metódica dupla de operários da construção civil do que uma nova etapa da conquista espacial. Na segunda-feira, Ross e Newman acordaram cedo, vestiram seu uniforme e ajustaram os equipamentos de trabalho: chave inglesa, alicate, máquina elétrica para apertar parafusos, martelo e até um pé-de-cabra, este reservado para uso em emergências. Depois, saíram do ônibus espacial Endeavour. Apoiados num andaime metálico, completaram o serviço antes das sete horas aprazadas. Ao final da jornada de trabalho, haviam conectado quarenta fios do Zarya, módulo russo que servirá de fonte de energia e comunicações, com o americano Unity, sua peça de ligação com o resto da futura base. Depois de realizar as tarefas principais, Ross perguntou a Newman, como se estivesse num canteiro de obras qualquer: Ei, o que você está fazendo? O colega respondeu: Ah, estou aqui em cima apenas construindo uma estação espacial.
A operação realizada pelos astronautas é o primeiro passo de uma obra que promete ser demorada, complicada e gigantesca. Para começar, a estação espacial custará 40 bilhões de dólares aos dezesseis países que financiam o projeto. Levará cinco anos para ser concluída. Ao final desse período, terá sido armado um quebra-cabeça de 50.000 peças ajustadas a 400 quilômetros da superfície da Terra. Juntos, os dois primeiros módulos da estação espacial já formam uma estrutura metálica com 35 toneladas e 23 metros de altura, o equivalente a um edifício de sete andares. Quando a estação estiver completa, os cientistas poderão trabalhar num espaço equivalente ao de dois Boeing 747. Até lá, os astronautas terão de se acostumar ao papel de peões de obra espaciais. Para acabar a estação, serão necessários 44 vôos do ônibus espacial para ligar outros 100 módulos que exigirão centenas de operações como a da semana passada. Teremos de, literalmente, pôr a mão na massa, diz o piloto de caça Marcos Pontes, escolhido para ser o primeiro astronauta brasileiro.
Para os astronautas, não será muito fácil adaptar-se a tarefas rotineiras num ramo que já foi descrito com contornos épicos em livros como Os Eleitos, best-seller do americano Tom Wolfe mais tarde transformado em filme. No livro, um relato romanceado das primeiras viagens espaciais americanas, Wolfe lembra que os integrantes do projeto Mercury eram recebidos pelo presidente da República ao voltar do espaço, tinham sua biografia escrita na revista Life e recebiam a aclamação do público nos desfiles em carro aberto. Contudo, lembra também que nos primórdios da era espacial suas tarefas em órbita eram tão simples que podiam ser desempenhadas por macacos. Tanto assim que os primeiros seres vivos enviados ao espaço eram animais: a cadela Laika, no histórico vôo do Sputnik, soviético, em 1957, e um chimpanzé que foi na prática o primeiro astronauta americano. Herói de verdade, segundo essa corrente, era o piloto de caça Chuck Yeager, o primeiro homem a vencer a barreira do som dentro de um avião, tarefa até então considerada quase impossível e cercada de tabus. O tempo, contudo, veio provar que os astronautas mereceram a fama, pelo simples fato de que os animais não sabiam do risco de estar no topo de uma gigantesca bomba de hidrogênio líquido. O problema é que, com as novas viagens espaciais, as tarefas dos astronautas estão cada vez mais repetitivas e monótonas como as de um peão de obra.
Rotina sem glamour Um pouco da aura dos velhos tempos foi palidamente recuperada no mês passado, quando a Nasa colocou pela segunda vez no espaço John Glenn, o primeiro americano a entrar na órbita da Terra, em 1962. Glenn foi recebido em sua volta em carro aberto, como nos velhos tempos, e atraiu novamente as atenções da opinião pública para uma área em que a rotina parecia imperar. A manobra da semana passada foi um bom exemplo de que a vida de astronauta não terá muito glamour, pelo menos nos próximos cinco anos. Na segunda-feira, Ross e Newman conectaram os cabos elétricos entre os dois módulos e prenderam corrimãos e apoios para os pés nas partes mais altas da estrutura. No dia seguinte, instalaram duas antenas de 45 quilos cada uma no módulo Unity. Serão elas que permitirão à Nasa controlar o funcionamento do módulo a partir da Terra. Para executar essas tarefas, a dupla foi treinada exaustivamente em piscinas do Johnson Space Center, que reproduziam de forma aproximada o ambiente sem gravidade no espaço. Seus equipamentos também foram adequados para o uso num ambiente onde a temperatura chega a 150 graus negativos (veja quadro);. Cada movimento foi cuidadosamente coreografado. Os sistemas de encaixe que apresentavam algum risco para os astronautas contavam com mecanismos de segurança para prevenir qualquer incidente.
Os novos operários do espaço são muito bem qualificados. Com mestrado na área de engenharia mecânica, Jerry Ross é considerado um dos mais experientes astronautas da Nasa em atividades desenvolvidas no espaço durante as missões do ônibus espacial. Antes de sair por três vezes da Endeavour na semana passada, ele já havia realizado outros quatro passeios espaciais, em que o astronauta fica preso à nave somente por um cabo. Jim Newman, com doutorado em física, fizera apenas uma expedição dessa natureza. Sua tarefa na conexão dos dois primeiros módulos da estação orbital foi analisar os defeitos do sistema de ejeção de duas das antenas do módulo Zarya, lançado ao espaço por um foguete russo no dia 20 de novembro. O treinamento de um astronauta, no Johnson Space Center, em Houston, no Texas, ainda é rigoroso. A preparação inclui aulas sobre dinâmica orbital, navegação, geologia e astronomia. Por outro lado, nunca foi tão democrático. A Nasa precisa de mão-de-obra, e as inscrições podem ser feitas até pela internet, na home page da agência. Hoje existem cerca de 100 astronautas esperando sua vez de voar. Alguém se habilita?
As ferramentas do trabalho
Sem contar a roupa espacial, que custa 10 milhões de dólares, o resto do equipamento utilizado pelos astronautas encarregados de montar a Estação Espacial Internacional se assemelha muito ao de qualquer peão de obra. Adaptado, é claro, a um ambiente gelado e de gravidade quase zero
1 - Aparafusador automático sem fio
Tem número de voltas e torque programáveis
2 - Luvas
Têm isolamento térmico e um pequeno aquecedor na ponta de cada dedo
3 - Chave inglesa
É feita de uma liga especial para não quebrar no frio intenso
4 - Pé-de-cabra
Feito de uma liga de berílio e cobre, é considerado equipamento de emergência
5 - Martelo
É recheado de chumbo para aumentar o impacto
6 - Chave de porca com catraca
Magnética, gruda no parafuso para que ele não saia flutuando
7 - Alicate
É de aço inoxidável, o mesmo utilizado em terra em cirurgias
8 - Botas
Uma camada térmica impede que os dedos fiquem congelados
A nave-tatu no solo marciano
A Nasa, agência espacial americana, está interessadíssima no planeta Marte há bastante tempo. Na década de 70, enviou duas naves Viking para colher as primeiras informações in loco do planeta vermelho. No ano passado, aterrissou em Marte a Pathfinder, que tirou fotografias, analisou rochas e fez rodar um pequeno robô sobre as arenosas planícies marcianas. Essas primeiras expedições levantaram mais dúvidas do que certezas sobre o nosso vizinho mais próximo. Os cientistas suspeitam que Marte sofreu grandes modificações ao longo de bilhões de anos e que pode ter sido um dia muito parecido com a Terra, com grande quantidade de água e condições para o surgimento da vida. Para confirmar essas suspeitas, a Nasa lançará no próximo dia 3 de janeiro uma outra nave, a Mars Polar Lander. Ela colocará em Marte duas sondas que escavarão o subsolo do planeta em busca de gelo ou qualquer sinal da existência de antigos lagos e oceanos. E também de eventuais traços de vida, passados ou atuais.
O passado de Marte deve estar registrado na estrutura das suas camadas geológicas, diz o pesquisador Richard Zyrek, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Se houve água lá, nós saberemos. A Mars Polar Lander chegará ao seu destino em dezembro do ano que vem. Quando estiver a 120 quilômetros da superfície de Marte, já sob a atração gravitacional do planeta, despejará duas minissondas que mergulharão em queda livre na direção do solo. Feitas com material especialmente resistente para não serem esmigalhadas no impacto, elas devem penetrar 1,5 metro na arenosa superfície marciana, onde brocas entrarão em funcionamento para recolher amostras do solo.
Os resultados serão enviados à Mars Lander, que descerá suavemente a cerca de 100 quilômetros de distância, com a ajuda de foguetes e pára-quedas. O pouso, no período da primavera marciana, será no pólo sul do planeta. É o lugar mais indicado para aproveitar o máximo de luz solar, principal fonte de energia dos equipamentos. O braço-robô da nave colherá amostras do solo de diversas profundidades. Esse material será aquecido num forno de alta temperatura para o estudo dos minerais e a verificação da presença de moléculas de água. A nave transmitirá suas informações para a Terra por três meses, antes de ser abandonada como suas antecessoras. Resta saber se as dúvidas dos cientistas serão esclarecidas ou apenas vão aumentar.
A construção da estação internacional faz dos astronautas peões de obra
O mundo começou a se habituar na semana passada com uma imagem diferente de certa categoria de profissionais que, nas últimas quatro décadas, foram tratados como heróis míticos dos novos tempos. Pela televisão, foi possível acompanhar o trabalho dos astronautas americanos Jerry Ross, 50 anos, e Jim Newman, 42, encarregados de fazer os primeiros ajustes manuais da futura Estação Espacial Internacional, destinada a servir de trampolim para futuras viagens ao espaço e laboratório de pesquisas científicas. Parecia mais o expediente de uma metódica dupla de operários da construção civil do que uma nova etapa da conquista espacial. Na segunda-feira, Ross e Newman acordaram cedo, vestiram seu uniforme e ajustaram os equipamentos de trabalho: chave inglesa, alicate, máquina elétrica para apertar parafusos, martelo e até um pé-de-cabra, este reservado para uso em emergências. Depois, saíram do ônibus espacial Endeavour. Apoiados num andaime metálico, completaram o serviço antes das sete horas aprazadas. Ao final da jornada de trabalho, haviam conectado quarenta fios do Zarya, módulo russo que servirá de fonte de energia e comunicações, com o americano Unity, sua peça de ligação com o resto da futura base. Depois de realizar as tarefas principais, Ross perguntou a Newman, como se estivesse num canteiro de obras qualquer: Ei, o que você está fazendo? O colega respondeu: Ah, estou aqui em cima apenas construindo uma estação espacial.
A operação realizada pelos astronautas é o primeiro passo de uma obra que promete ser demorada, complicada e gigantesca. Para começar, a estação espacial custará 40 bilhões de dólares aos dezesseis países que financiam o projeto. Levará cinco anos para ser concluída. Ao final desse período, terá sido armado um quebra-cabeça de 50.000 peças ajustadas a 400 quilômetros da superfície da Terra. Juntos, os dois primeiros módulos da estação espacial já formam uma estrutura metálica com 35 toneladas e 23 metros de altura, o equivalente a um edifício de sete andares. Quando a estação estiver completa, os cientistas poderão trabalhar num espaço equivalente ao de dois Boeing 747. Até lá, os astronautas terão de se acostumar ao papel de peões de obra espaciais. Para acabar a estação, serão necessários 44 vôos do ônibus espacial para ligar outros 100 módulos que exigirão centenas de operações como a da semana passada. Teremos de, literalmente, pôr a mão na massa, diz o piloto de caça Marcos Pontes, escolhido para ser o primeiro astronauta brasileiro.
Para os astronautas, não será muito fácil adaptar-se a tarefas rotineiras num ramo que já foi descrito com contornos épicos em livros como Os Eleitos, best-seller do americano Tom Wolfe mais tarde transformado em filme. No livro, um relato romanceado das primeiras viagens espaciais americanas, Wolfe lembra que os integrantes do projeto Mercury eram recebidos pelo presidente da República ao voltar do espaço, tinham sua biografia escrita na revista Life e recebiam a aclamação do público nos desfiles em carro aberto. Contudo, lembra também que nos primórdios da era espacial suas tarefas em órbita eram tão simples que podiam ser desempenhadas por macacos. Tanto assim que os primeiros seres vivos enviados ao espaço eram animais: a cadela Laika, no histórico vôo do Sputnik, soviético, em 1957, e um chimpanzé que foi na prática o primeiro astronauta americano. Herói de verdade, segundo essa corrente, era o piloto de caça Chuck Yeager, o primeiro homem a vencer a barreira do som dentro de um avião, tarefa até então considerada quase impossível e cercada de tabus. O tempo, contudo, veio provar que os astronautas mereceram a fama, pelo simples fato de que os animais não sabiam do risco de estar no topo de uma gigantesca bomba de hidrogênio líquido. O problema é que, com as novas viagens espaciais, as tarefas dos astronautas estão cada vez mais repetitivas e monótonas como as de um peão de obra.
Rotina sem glamour Um pouco da aura dos velhos tempos foi palidamente recuperada no mês passado, quando a Nasa colocou pela segunda vez no espaço John Glenn, o primeiro americano a entrar na órbita da Terra, em 1962. Glenn foi recebido em sua volta em carro aberto, como nos velhos tempos, e atraiu novamente as atenções da opinião pública para uma área em que a rotina parecia imperar. A manobra da semana passada foi um bom exemplo de que a vida de astronauta não terá muito glamour, pelo menos nos próximos cinco anos. Na segunda-feira, Ross e Newman conectaram os cabos elétricos entre os dois módulos e prenderam corrimãos e apoios para os pés nas partes mais altas da estrutura. No dia seguinte, instalaram duas antenas de 45 quilos cada uma no módulo Unity. Serão elas que permitirão à Nasa controlar o funcionamento do módulo a partir da Terra. Para executar essas tarefas, a dupla foi treinada exaustivamente em piscinas do Johnson Space Center, que reproduziam de forma aproximada o ambiente sem gravidade no espaço. Seus equipamentos também foram adequados para o uso num ambiente onde a temperatura chega a 150 graus negativos (veja quadro);. Cada movimento foi cuidadosamente coreografado. Os sistemas de encaixe que apresentavam algum risco para os astronautas contavam com mecanismos de segurança para prevenir qualquer incidente.
Os novos operários do espaço são muito bem qualificados. Com mestrado na área de engenharia mecânica, Jerry Ross é considerado um dos mais experientes astronautas da Nasa em atividades desenvolvidas no espaço durante as missões do ônibus espacial. Antes de sair por três vezes da Endeavour na semana passada, ele já havia realizado outros quatro passeios espaciais, em que o astronauta fica preso à nave somente por um cabo. Jim Newman, com doutorado em física, fizera apenas uma expedição dessa natureza. Sua tarefa na conexão dos dois primeiros módulos da estação orbital foi analisar os defeitos do sistema de ejeção de duas das antenas do módulo Zarya, lançado ao espaço por um foguete russo no dia 20 de novembro. O treinamento de um astronauta, no Johnson Space Center, em Houston, no Texas, ainda é rigoroso. A preparação inclui aulas sobre dinâmica orbital, navegação, geologia e astronomia. Por outro lado, nunca foi tão democrático. A Nasa precisa de mão-de-obra, e as inscrições podem ser feitas até pela internet, na home page da agência. Hoje existem cerca de 100 astronautas esperando sua vez de voar. Alguém se habilita?
As ferramentas do trabalho
Sem contar a roupa espacial, que custa 10 milhões de dólares, o resto do equipamento utilizado pelos astronautas encarregados de montar a Estação Espacial Internacional se assemelha muito ao de qualquer peão de obra. Adaptado, é claro, a um ambiente gelado e de gravidade quase zero
1 - Aparafusador automático sem fio
Tem número de voltas e torque programáveis
2 - Luvas
Têm isolamento térmico e um pequeno aquecedor na ponta de cada dedo
3 - Chave inglesa
É feita de uma liga especial para não quebrar no frio intenso
4 - Pé-de-cabra
Feito de uma liga de berílio e cobre, é considerado equipamento de emergência
5 - Martelo
É recheado de chumbo para aumentar o impacto
6 - Chave de porca com catraca
Magnética, gruda no parafuso para que ele não saia flutuando
7 - Alicate
É de aço inoxidável, o mesmo utilizado em terra em cirurgias
8 - Botas
Uma camada térmica impede que os dedos fiquem congelados
A nave-tatu no solo marciano
A Nasa, agência espacial americana, está interessadíssima no planeta Marte há bastante tempo. Na década de 70, enviou duas naves Viking para colher as primeiras informações in loco do planeta vermelho. No ano passado, aterrissou em Marte a Pathfinder, que tirou fotografias, analisou rochas e fez rodar um pequeno robô sobre as arenosas planícies marcianas. Essas primeiras expedições levantaram mais dúvidas do que certezas sobre o nosso vizinho mais próximo. Os cientistas suspeitam que Marte sofreu grandes modificações ao longo de bilhões de anos e que pode ter sido um dia muito parecido com a Terra, com grande quantidade de água e condições para o surgimento da vida. Para confirmar essas suspeitas, a Nasa lançará no próximo dia 3 de janeiro uma outra nave, a Mars Polar Lander. Ela colocará em Marte duas sondas que escavarão o subsolo do planeta em busca de gelo ou qualquer sinal da existência de antigos lagos e oceanos. E também de eventuais traços de vida, passados ou atuais.
O passado de Marte deve estar registrado na estrutura das suas camadas geológicas, diz o pesquisador Richard Zyrek, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Se houve água lá, nós saberemos. A Mars Polar Lander chegará ao seu destino em dezembro do ano que vem. Quando estiver a 120 quilômetros da superfície de Marte, já sob a atração gravitacional do planeta, despejará duas minissondas que mergulharão em queda livre na direção do solo. Feitas com material especialmente resistente para não serem esmigalhadas no impacto, elas devem penetrar 1,5 metro na arenosa superfície marciana, onde brocas entrarão em funcionamento para recolher amostras do solo.
Os resultados serão enviados à Mars Lander, que descerá suavemente a cerca de 100 quilômetros de distância, com a ajuda de foguetes e pára-quedas. O pouso, no período da primavera marciana, será no pólo sul do planeta. É o lugar mais indicado para aproveitar o máximo de luz solar, principal fonte de energia dos equipamentos. O braço-robô da nave colherá amostras do solo de diversas profundidades. Esse material será aquecido num forno de alta temperatura para o estudo dos minerais e a verificação da presença de moléculas de água. A nave transmitirá suas informações para a Terra por três meses, antes de ser abandonada como suas antecessoras. Resta saber se as dúvidas dos cientistas serão esclarecidas ou apenas vão aumentar.

