Plano de vôo - L3

Os 3 primeiros estágios do foguete lunar N1 seriam utilizados para colocar o complexo L3 numa órbita de 200 Kilometros de altura, com 51,8 graus de inclinação, durante um dia. O Bloco G, quarto estágio do N1, seria utilizado para levar a nave com 2 cosmonautas até a Lua, na chamada injeção translunar.



Durante a viagem de 3,5 dias para a Lua, o Bloco D faria 2 correções de trajetória, e colocaria todo o complexo numa órbita lunar equatorial e elíptica. O Bloco D seria utilizado novamente para colocar as naves numa órbita circular de 110 Km.



A transferência entre as naves seria feita através de caminhada espacial, ou EVA (Extravehicular Activity), devido ao fato do sistema de acoplamento utilizado pelas naves, denominado Kontakt, ser muito primitivo e não permitir que as tripulações trocassem de nave por dentro. Somente em 1971, os soviéticos desenvolveriam um sistema que permitia aos cosmonautas entrar em outra nave sem ter que sair da nave. Esse sistema foi batizado Igla, e foi utilizado até a década de 90. Por causa das restrições de peso do foguete N1, apenas 1 cosmonauta seria enviado para a superfície lunar. O cosmonauta verificaria o estado do Bloco D e do módulo lunar LK. Depois, as naves seriam separadas, e o Bloco D frearia o LK até atingir 4 Kilometros de altura, quando seria separado e o LK pousaria com seus próprios motores.



A nave lunar LK pesava entre 5,5 a 6,5 toneladas e a nave Soyuz tinha o peso de quase 10 toneladas. o quinto estágio do foguete N1, o chamado Bloco-D, utilizado para ajudar a pousar a nave LK na Lua, tinha o peso de 17 toneladas.

A permanência do cosmonauta na superfície lunar poderia variar entre 6 a 24 horas. A decolagem seria feita deixando na Lua à parte de pouso, denominada LPU. O LK seria impulsionado pelo motor foguete Bloco E, utilizado para pousar a nave na parte final da descida.

Para facilitar o retorno do LK, o pouso seria feito numa região equatorial, o que garantia que a cada hora que a nave Soyuz sobrevoasse a região de alunissagem. Devido a restrições com o peso, o LK usava uma plataforma giroscópica simples, e um sistema de calculadora paramétrica que controlava o desligamento dos motores do LK. Os computadores soviéticos não eram muito bons, e não era possível equipá-lo com um sistema reprogramável digital, como os americanos fizeram com os seus módulos lunares.

Após o retorno da nave LK da superfície lunar para a órbita lunar, seria feito o acoplamento com a nave Soyuz LOK, onde o cosmonauta faria outra caminhada espacial, desta vez transportando as amostras lunares. O LK seria então descartado. A nave Soyuz ficaria mais um dia em órbita lunar, antes de acender seus motores e retornar para a Terra. O módulo de serviço da Soyuz, denominado Bloco I, seria utilizado para fazer a injeção translunar de volta para a Terra.



Após 2 correções de trajetória, o módulo de descida da Soyuz seria separado do módulo de serviço e iniciaria sua descida em direção da Terra. A reentrada seria feita sobre o Polo Sul, na velocidade de 11 Km por segundo. Sua velocidade seria reduzida para 7,5 Km por segundo. Após percorrer 5000 kilometros, faria uma reentrada numa região predefinida do território da União Soviética. Ao contrário das missões americanas, que terminaram no mar, as missões soviéticas eram planejadas para que o pouso fosse feito em terra firme.

 

N1-L3 Soviet Manned Lunar Landing - An Orbiter Film by Timm Humphreys

 

L3 L1