AEB mantém lançamento de foguete com experimentos

AEB mantém lançamento de foguete com experimentos
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do acidente ocorrido em Alcântara, a Agência Espacial Brasileira (AEB); confirmou ontem que pretende realizar o lançamento de um foguete suborbital conforme o planejado, entre junho e julho do ano que vem. A informação foi dada por Luiz Bevilacqua, presidente da instituição. O vôo é o segundo do Projeto Microgravidade, iniciativa lançada pela agência para estimular a comunidade científica nacional a planejar experimentos que poderão mais tarde ser levados à ISS (Estação Espacial Internacional);, à qual o Brasil tem direito de uso pelo acordo de participação na construção do complexo.
O veículo usado é um foguete VS-30, com capacidade de transportar até 300 kg de carga útil. Ele não tem potência para colocar nada em órbita, realizando apenas um vôo parabólico de ida e volta até uma altitude de 180 km, deixando para trás 99% da atmosfera terrestre. No percurso, os experimentos são submetidos a um efeito temporário de falta de peso, como se estivessem em órbita por cerca de três minutos. O compartimento de carga útil, onde são armazenados os experimentos, retorna à superfície com o auxílio de pára-quedas, e então é resgatado no mar. O primeiro lançamento do projeto ocorreu no ano passado, a partir de Alcântara, mas um problema com a separação do compartimento de carga útil do foguete de sondagem, que ocorreu prematuramente, impediu que a maioria dos experimentos tivesse sucesso.
Além disso, um problema com o pára-quedas fez com que a cápsula com a carga se espatifasse no oceano fora da área prevista e afundasse. Dos oito experimentos a bordo, apenas três tiveram algum resultado, graças aos dados obtidos por rádio durante o andamento do vôo. Os outros cincos dependiam da recuperação e foram perdidos. Mesmo com os que apresentaram algum resultado científico, só foi possível aproveitar aproximadamente 30 segundos de microgravidade a bordo. O objetivo da AEB era realizar um desses lançamentos a cada ano. Na segunda tentativa, parte dos experimentos originais, projetados por universidades e institutos de pesquisa, será repetida.
O Brasil tem tradição reconhecida internacionalmente no desenvolvimento de foguetes de sondagem. Eles foram precursores da tecnologia que foi usada no projeto do VLS. Ainda não está definido se o foguete será lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (MA); ou do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (RN);. (SN);