Nasa sugere missão internacional a Marte

Novos robôs iriam em 2003
Nasa sugere missão internacional a Marte
SALVADOR NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A primeira missão tripulada a Marte pode ser internacional , segundo o administrador da Nasa (agência espacial dos EUA);, Daniel Goldin. A informação foi dada após sua palestra sobre o futuro da exploração espacial , no 51º Congresso Internacional de Astronáutica, no Rio.
Goldin revelou os próximos passos do programa marciano, com o lançamento de uma sonda orbital ao planeta vermelho no ano que vem. Para 2003, a Nasa planeja enviar dois pequenos robôs, nos moldes da missão Pathfinder, que ganhou popularidade mundial com os passeios do robô Sojourner pela superfície do planeta, em 1997.
O chefe da Nasa, entretanto, enfatizou que as novas missões não serão mera reprise. "Os novos robôs serão capazes de viajar mais de um quilômetro sobre a superfície, contra as dezenas de metros da Pathfinder", disse.
Em 2005, uma nova sonda orbital seria enviada, com o objetivo de identificar bons lugares de pouso para as futuras missões, incluindo a tripulada. Essa sonda teria a capacidade de distinguir objetos com no mínimo 20 cm na superfície marciana.
O administrador estima que todos os problemas que envolvem uma missão tripulada a Marte, incluindo a questão da falta de gravidade, a redução de custos nos orçamentos e a alta radiação a que os astronautas seriam submetidos, só estarão resolvidos de forma satisfatória nos próximos 20 anos. "Com sorte, em dez anos", afirmou Goldin.
Até lá, ele estima que as cooperações entre os países na exploração espacial estejam mais consolidadas, permitindo uma missão tripulada internacional a Marte. "Talvez aprendamos como resolver nossos conflitos na Terra com a exploração espacial ."
Participação brasileira
O administrador disse que a Nasa está muito satisfeita com a participação brasileira na construção da Estação Espacial Internacional (ISS);. O Brasil está fornecendo seis elementos originalmente designados como tarefas norte-americanas.
"Não procuramos o Brasil. Foi o Brasil que nos procurou, querendo montar essas peças. Conhecendo a capacidade técnica brasileira, concordamos e estamos muito satisfeitos com os resultados", afirmou.
Foi a participação brasileira na construção da ISS que permitiu o treinamento do primeiro astronauta brasileiro, o major Marcos Cesar Pontes, nos EUA. Em entrevista dada ontem, ele contou que espera fazer seu primeiro vôo espacial em dois ou três anos. Pontes conclui este ano o treinamento básico dado pela Nasa.