Participação convém ao país

Participação convém ao país
MAURÍCIO TUFFANI
Editor-assistente de Ciência

Para um país com uma enorme dívida social, como o Brasil, os custos previstos para a participação no programa da Estação Espacial Internacional (ISS); podem indevidamente parecer desperdício ou má utilização de dinheiro público.
Colocar um brasileiro em órbita deverá custar ao país cerca de US$ 500 mil. A participação na construção da ISS ficará bem mais cara: cerca de R$120 milhões.
Esses valores somados, que devem ser aplicados em três ou quatro anos, equivalem a aproximadamente 90 vezes menos que o total investido pelo Brasil na área de ciência e tecnologia em 1997, que foi cerca de US$ 10 bilhões, correspondentes a 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto);, segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Esse total equivale a cerca de 75% do orçamento da Nasa (agência espacial dos EUA); para este ano, que é de US$ 13,6 bilhões. Como atualmente a Nasa gasta por ano até 25 vezes menos que no período da Guerra Fria, em que foram desenvolvidos projetos como o Apollo, dá para perceber claramente que ainda estamos muito longe do esbanjamento. Claro que é preciso, de agora em diante, fiscalizar a aplicação dos recursos previstos.
A exploração espacial por meio de missões tripuladas tem ajudado a desenvolver importantes pesquisas em áreas como saúde e meio ambiente. Mas o Brasil pouco avançou na tecnologia espacial e não tem condições econômicas para desenvolver um programa com missões tripuladas.
Mas o país tem pesquisas científicas e tecnológicas que podem ser aplicadas e desenvolvidas em projetos de cooperação Internacional, como o da ISS, recuperando o tempo perdido.