Brasil permanecerá no programa da Estação Espacial Internacional

Acordo exclui fornecimento da principal peça nacional
Brasil permanecerá no programa da Estação Espacial Internacional
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Por enquanto, o Brasil continua na ISS (Estação Espacial Internacional);. Duas reuniões para discutir o futuro da participação brasileira no complexo ocorridas segunda e terça-feiras no Centro Espacial Johnson, em Houston (EUA);, alteraram a lista de peças que o país precisará fornecer, mas sem excluí-lo do programa, hipótese que vinha sendo aventada.
"Os dois lados Brasil e EUA mostraram interesse em que a participação brasileira seja continuada, e ambos concordaram com os termos trazidos para a reunião", diz Marcos César Pontes, astronauta brasileiro que participou dos encontros.
Além dele, pelo lado brasileiro, estavam Múcio Dias, Carlos Santana e Antônio MacDowell, respectivamente presidente, diretor de Projetos Espaciais e diretor de Administração e Planejamento da Agência Espacial Brasileira (AEB);, e Petrônio Noronha de Souza, coordenador do projeto ISS no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais);.
As exigências brasileiras para o início das discussões eram a manutenção do plano original de gastos do país, de US$ 120 milhões, e a fabricação das peças pela indústria brasileira. Os americanos, por sua vez, exigiam que a participação brasileira não afetasse o cronograma da ISS.
O cronograma ameaçou a permanência do país no projeto. A principal peça antes prevista para ser fabricada pelo Brasil, o Express Pallet (uma plataforma de experimentos);, estava sozinha estourando o custo total previsto para a participação nacional.
Os estouros estavam atrasando a construção das peças a ponto de ameaçar o planejamento da Nasa, levando a agência a dar um ultimato ao governo brasileiro.
Anteontem, ficou definido que o Express Pallet não vai mesmo ser fornecido pelo país. Ninguém ainda está autorizado a revelar quais são as novas peças que o Brasil deverá fabricar.
Com a manutenção da participação brasileira, Pontes segue com seu treinamento em Houston para realizar um vôo a bordo de um ônibus espacial americano. Ele está aprovado para voar, mas ainda não tem decolagem marcada. É possível acompanhar com detalhes as atividades de Pontes em Houston pela internet (www.marcospontes.net);.