Pequenos assistentes
Pesquisadores da Nasa desenvolvem robôs em miniatura, capazes de obedecer
aos comandos verbais e realizar tarefas impossíveis aos seres humanos
Pequenos assistentes
Marcelo Valletta
da Reportagem Local
De pequenos mecanismos engraçados a andróides que imitam seres humanos à perfeição, os robôs sempre foram personagens de destaque em obras de ficção científica. Mas, graças a um ambicioso projeto da Nasa, a agência espacial dos EUA, algumas dessas cenas de ficção podem se tornar realidade em questão de meses.
Cientistas do Centro de Pesquisas Ames, da Nasa, em Moffett Field, Califórnia, pretendem criar pequenos robôs flutuantes e "inteligentes" para habitar a Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês); a partir de 2003.
"Conseguimos colocar todo o hardware necessário em um robô pequeno, leve, que consome pouca energia e que pode navegar em três dimensões com segurança, além de interagir com as pessoas", disse à Folha Gregory Dorais, um dos principais pesquisadores do projeto.
Essas máquinas, batizadas de Assistentes Pessoais de Satélite (PSA, em inglês);, serão capazes de obedecer às ordens verbais dos astronautas, seguindo-os como verdadeiros serviçais eletrônicos.
"Os PSAs não apenas reconhecerão as vozes dos astronautas, mas entenderão o contexto de suas palavras", afirmou Dorais. "Os astronautas poderão dar aos robôs comandos verbais da mesma maneira que os personagens de 'Jornada nas Estrelas' davam aos computadores da Enterprise."
Mas compreender e executar diretrizes dadas verbalmente por seres humanos não são as únicas características "inteligentes" desses pequenos robôs. Os PSAs terão a capacidade de priorizar missões e de cuidar de si mesmos. Por exemplo, ao "sentir" que suas baterias estão enfraquecidas, eles poderão interromper suas atividades e se dirigir à estação de recarregamento de energia.
"Os PSAs deverão ter seu próprio senso de 'ego' para conversar com os astronautas e cumprir suas obrigações da maneira mais adequada", disse Dorais.
O PSA, do tamanho um pouco maior que uma bola de tênis, foi desenhado para operar em ambientes com gravidade próxima a zero, como nos ônibus espaciais da Nasa e na ISS, projeto de cerca de US$ 60 bilhões do qual participam EUA, Canadá, Japão, Brasil, Rússia e mais 11 países da Europa.
"O objetivo máximo de nosso projeto é manter uma frota de PSAs operando na ISS. Seria como uma frota de diferentes carros, cada um servindo a um propósito", disse Dorais. Entre os "opcionais de fábrica" incluídos nos robôs estão câmeras de vídeo em cores, um monitor, uma caixa de som e sensores de pressão, temperatura e gases, para detectar anormalidades dentro da estação .
O PSA é movido a baterias e usa seis pequenas turbinas para se movimentar em todas as direções. Cada robô poderá se comunicar com o computador de bordo dos ônibus espaciais ou da ISS por uma ligação sem fio. Esse computador de bordo, por sua vez, estará conectado a computadores na Terra, possibilitando que cada PSA seja controlado e monitorado também das bases terrestres.
Além das vantagens óbvias desse equipamento, como realizar tarefas perigosas, repetitivas ou ir até lugares onde os astronautas não conseguem, os PSAs podem ser usados de outras maneiras.
Esses minirrobôs também poderão servir como uma espécie de "walkie-talkie": os membros da tripulação poderão realizar videoconferências usando as câmeras dessas máquinas.
Os PSAs também zelarão pela segurança e boas condições da ISS. "Eles patrulharão a estação e procurarão por vazamentos de gases e por níveis anormais de pressão e temperatura", disse Dorais. "Em ambientes com gravidade próxima a zero, é muito mais difícil identificar os gases indesejáveis, pois eles não se separam da mesma maneira que na atmosfera terrestre."
O projeto PSA representa a próxima geração do Programa de Tecnologia de Informação Avançada do Centro de Pesquisas Ames, iniciado em 1995. A estréia dessas máquinas está prevista para 2002, em uma missão com um dos ônibus espaciais da Nasa.
aos comandos verbais e realizar tarefas impossíveis aos seres humanos
Pequenos assistentes
Marcelo Valletta
da Reportagem Local
De pequenos mecanismos engraçados a andróides que imitam seres humanos à perfeição, os robôs sempre foram personagens de destaque em obras de ficção científica. Mas, graças a um ambicioso projeto da Nasa, a agência espacial dos EUA, algumas dessas cenas de ficção podem se tornar realidade em questão de meses.
Cientistas do Centro de Pesquisas Ames, da Nasa, em Moffett Field, Califórnia, pretendem criar pequenos robôs flutuantes e "inteligentes" para habitar a Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês); a partir de 2003.
"Conseguimos colocar todo o hardware necessário em um robô pequeno, leve, que consome pouca energia e que pode navegar em três dimensões com segurança, além de interagir com as pessoas", disse à Folha Gregory Dorais, um dos principais pesquisadores do projeto.
Essas máquinas, batizadas de Assistentes Pessoais de Satélite (PSA, em inglês);, serão capazes de obedecer às ordens verbais dos astronautas, seguindo-os como verdadeiros serviçais eletrônicos.
"Os PSAs não apenas reconhecerão as vozes dos astronautas, mas entenderão o contexto de suas palavras", afirmou Dorais. "Os astronautas poderão dar aos robôs comandos verbais da mesma maneira que os personagens de 'Jornada nas Estrelas' davam aos computadores da Enterprise."
Mas compreender e executar diretrizes dadas verbalmente por seres humanos não são as únicas características "inteligentes" desses pequenos robôs. Os PSAs terão a capacidade de priorizar missões e de cuidar de si mesmos. Por exemplo, ao "sentir" que suas baterias estão enfraquecidas, eles poderão interromper suas atividades e se dirigir à estação de recarregamento de energia.
"Os PSAs deverão ter seu próprio senso de 'ego' para conversar com os astronautas e cumprir suas obrigações da maneira mais adequada", disse Dorais.
O PSA, do tamanho um pouco maior que uma bola de tênis, foi desenhado para operar em ambientes com gravidade próxima a zero, como nos ônibus espaciais da Nasa e na ISS, projeto de cerca de US$ 60 bilhões do qual participam EUA, Canadá, Japão, Brasil, Rússia e mais 11 países da Europa.
"O objetivo máximo de nosso projeto é manter uma frota de PSAs operando na ISS. Seria como uma frota de diferentes carros, cada um servindo a um propósito", disse Dorais. Entre os "opcionais de fábrica" incluídos nos robôs estão câmeras de vídeo em cores, um monitor, uma caixa de som e sensores de pressão, temperatura e gases, para detectar anormalidades dentro da estação .
O PSA é movido a baterias e usa seis pequenas turbinas para se movimentar em todas as direções. Cada robô poderá se comunicar com o computador de bordo dos ônibus espaciais ou da ISS por uma ligação sem fio. Esse computador de bordo, por sua vez, estará conectado a computadores na Terra, possibilitando que cada PSA seja controlado e monitorado também das bases terrestres.
Além das vantagens óbvias desse equipamento, como realizar tarefas perigosas, repetitivas ou ir até lugares onde os astronautas não conseguem, os PSAs podem ser usados de outras maneiras.
Esses minirrobôs também poderão servir como uma espécie de "walkie-talkie": os membros da tripulação poderão realizar videoconferências usando as câmeras dessas máquinas.
Os PSAs também zelarão pela segurança e boas condições da ISS. "Eles patrulharão a estação e procurarão por vazamentos de gases e por níveis anormais de pressão e temperatura", disse Dorais. "Em ambientes com gravidade próxima a zero, é muito mais difícil identificar os gases indesejáveis, pois eles não se separam da mesma maneira que na atmosfera terrestre."
O projeto PSA representa a próxima geração do Programa de Tecnologia de Informação Avançada do Centro de Pesquisas Ames, iniciado em 1995. A estréia dessas máquinas está prevista para 2002, em uma missão com um dos ônibus espaciais da Nasa.

