188 dias no céu
188 dias no céu
Americana bate recorde ao
passar seis meses em órbita
Laurentino Gomes
Que graça pode haver em ficar dando voltas na Terra uma, duas, três, quatro... 3 000 vezes? Foi isso que a americana Shannon Lucid, de 53 anos, fez nos últimos seis meses a bordo da estação orbital russa Mir. A maratona, de 188 dias e 120 milhões de quilômetros ao redor da Terra, terminou na manhã da última quinta-feira, quando o ônibus espacial Atlantis, que a trouxe de volta, pousou na Flórida. Nenhum outro astronauta americano tinha permanecido tanto tempo no espaço até hoje. Lucid também bateu o recorde mundial feminino de permanência em órbita. Entre os homens, o recorde é do russo Valery Poliakov, que passou uma temporada de um ano, dois meses e treze dias na Mir.
Casada, com três filhos, a bioquímica Lucid é a mais experiente astronauta americana atualmente. Trabalha para a Nasa desde 1978 e já esteve outras quatro vezes em órbita, somando até hoje 223 dias de viagens espaciais. Durante os seis meses em que dividiu a Mir com os cosmonautas russos Yuri Onufrienko e Yuri Usachev, ela fez experimentos científicos com tecidos vivos. Sua missão deveria terminar no começo de agosto, mas teve de ser prolongada por sete semanas devido a problemas técnicos com a Atlantis e à chegada do furacão Fran à costa da Flórida.
Tanto tempo longe da Terra produziu duas marcas em Lucid. Sem a tração exercida pela gravidade nos músculos do rosto, ela rejuvenesceu, como se tivesse feito uma cirurgia plástica aparência que se desfez imediatamente na hora em que a Atlantis mergulhou na atmosfera terrestre. O segundo efeito é mais prolongado e vai exigir acompanhamento médico. Na falta de gravidade, Lucid perdeu cálcio nos ossos e entre 25% e 30% da massa muscular, incluindo o músculo cardíaco, que sofre uma pequena atrofia numa temporada tão prolongada no espaço. Também perdeu o senso de equilíbrio, como uma marinheira que volta ao porto depois de muitos meses no mar. Para não correr o risco de cair, deixou a Atlantis apoiada em duas pessoas e foi levada para casa numa poltrona reclinada. Ela vai passar por três semanas de reabilitação, antes de poder andar novamente, disse Roger Billica, médico da Nasa. Tudo indica que sua reabilitação será rápida e normal.
Americana bate recorde ao
passar seis meses em órbita
Laurentino Gomes
Que graça pode haver em ficar dando voltas na Terra uma, duas, três, quatro... 3 000 vezes? Foi isso que a americana Shannon Lucid, de 53 anos, fez nos últimos seis meses a bordo da estação orbital russa Mir. A maratona, de 188 dias e 120 milhões de quilômetros ao redor da Terra, terminou na manhã da última quinta-feira, quando o ônibus espacial Atlantis, que a trouxe de volta, pousou na Flórida. Nenhum outro astronauta americano tinha permanecido tanto tempo no espaço até hoje. Lucid também bateu o recorde mundial feminino de permanência em órbita. Entre os homens, o recorde é do russo Valery Poliakov, que passou uma temporada de um ano, dois meses e treze dias na Mir.
Casada, com três filhos, a bioquímica Lucid é a mais experiente astronauta americana atualmente. Trabalha para a Nasa desde 1978 e já esteve outras quatro vezes em órbita, somando até hoje 223 dias de viagens espaciais. Durante os seis meses em que dividiu a Mir com os cosmonautas russos Yuri Onufrienko e Yuri Usachev, ela fez experimentos científicos com tecidos vivos. Sua missão deveria terminar no começo de agosto, mas teve de ser prolongada por sete semanas devido a problemas técnicos com a Atlantis e à chegada do furacão Fran à costa da Flórida.
Tanto tempo longe da Terra produziu duas marcas em Lucid. Sem a tração exercida pela gravidade nos músculos do rosto, ela rejuvenesceu, como se tivesse feito uma cirurgia plástica aparência que se desfez imediatamente na hora em que a Atlantis mergulhou na atmosfera terrestre. O segundo efeito é mais prolongado e vai exigir acompanhamento médico. Na falta de gravidade, Lucid perdeu cálcio nos ossos e entre 25% e 30% da massa muscular, incluindo o músculo cardíaco, que sofre uma pequena atrofia numa temporada tão prolongada no espaço. Também perdeu o senso de equilíbrio, como uma marinheira que volta ao porto depois de muitos meses no mar. Para não correr o risco de cair, deixou a Atlantis apoiada em duas pessoas e foi levada para casa numa poltrona reclinada. Ela vai passar por três semanas de reabilitação, antes de poder andar novamente, disse Roger Billica, médico da Nasa. Tudo indica que sua reabilitação será rápida e normal.

